O Que Ver No Janela 2015?



Rito tão sagrado quanto o próprio festival, estou de volta em novo ano para mais uma vez saciar a curiosidade dos colegas que insistem em me perguntar: FELIPE, O QUE EU ASSISTO NO JANELA? Fear no more. Dicas de coisas que eu quero ver e nas quais você deveria me acompanhar depois de sair do acampamento na fila seguem abaixo.

Sunset/Sunrise e Santa Monica
Me perdoem a descarada auto-promoção, mas preciso começar comentando das duas sessões nas quais estou diretamente envolvido. A primeira dela se chama "As Juventudes", e é um oferecimento da Associação dos Blogs de Cinema de Pernambuco, vulgo ABC-PE. Nesta sessão nós (Eu, Filipe Marcena, Cesar Castanha, Alan Campos e Victor Laet) compilamos curtas-metragens de várias partes do Brasil que tem relação muito clara com a ideia de juventude, tanto nos temas quanto na idade dos realizadores. No balaio tem Mais Uma História de Amor Sem Título, de Grenda Lisley, Sunset/Sunrise, de Júnior Cândido, Takotsubo, de Nicolas Thomé Zetune, Taba, de Júlio Pereira, Matheus Beltrão e Nuno Aymar, e A Pequena Bailarina de 14 Anos, de Lucas Fratini. É uma mistura curiosa. E logo em seguida, o primeiro longa deste que vos escreve terá sua primeira exibição. Santa Monica é um filme que eu fiz com um celular, 250 reais, 5 páginas de roteiro, e um punhado de amigos que topam qualquer parada. Não digo que é pra todos os paladares, mas aparece lá que a gente troca uma ideia gostosa.

As Mil e Uma Noites Vol. 1, O Inquieto e A Seita
Ainda nas sessões especiais, o Janela se superou em quantidade e qualidade. Nunca antes na história deste festival tanta coisa interessante conseguiu se esgueirar pra dentro da programação como hors-concours. Minhas maiores expectativas recaem sobre Cemitério do Esplendor, do querido, amado e idolatrado Apichatpong Weerasethakul (diretor que tem o selo adoro muito ele de qualidade), e sobre os majestosos três volumes de As Mil e uma Noites, do virtuoso Miguel Gomes (outro diretor que tem o selo adoro muito ele de qualidade), certamente sessões a não serem perdidas. Muita curiosidade também para os novos de Sergei Loznitsa, Noah Baumbach, Hong Sang-So, e as tristes despedidas de Chantal Akerman e Manoel de Oliveira. Dos brasileiros, o maior momento da seleção especial deve ser A Seita, filme dos amigos do Surto e Deslumbramento que vai fazer a viadagem correr solta. Também fico na expectativa pelo Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba, que vem fazendo carreira interessante festivais afora.

O Homem de Palha e Outros Amarão As Coisas Que Eu Amei
Outras seleções especiais são a do BFI, que nos presenteia com uma impecável seleção dos melhores exemplares que o terror inglês já produziu, com destaques vigorosos e animadíssimos para O Homem de Palha, Inverno de Sangue em Veneza e The Innocents, e um programa dedicado à memoria dos cinemas de rua, que exibe em sua seleção Outros Amarão As Coisas Que Eu Amei, documentário de Manoel Mazos sobre o grande João Bénard da Costa.

Mate-me Por Favor e Tesouro
Dentro da competitiva de longas, eu posso dar duas garantias: A primeira é que depois de já ter visto Boi Neon e Mate-me Por Favor (que inclusive já tem texto aqui no blog), garanto que ninguém, sairá inerte às fortes propostas estéticas dos dois, especialmente no caso do último. E a segunda é que depois de ter sido completamente arrebatado pelo Metabolismo de Corneliu Porumboiu no Janela 2013, seu Tesouro é das sessões mais esperadas por mim nesta edição. Outros destaques devem ser O Movimento, do argentino Benjamin Naishtat, que no ano passado surgiu com o intrigante Bem Perto de Buenos Aires e mais uma vez investiga a sociedade argentina através de intensas alegorias, e Academia das Musas, do veterano e maravilhoso José Luis Guerín.

Why? e Quintal
Já a competitiva de curtas tem muitas coisas interessantes (e outras nem tanto) a serem descobertas. Na mostra internacional temos Nadav Lapid, vencedor da última competição de longas do festival, com Why? seu novo trabalho, além de outros nomes consagrados como Nathan Silver, Sergei Loznitsa, João Pedro Rodrigues e seu parceiro habitual João Rui Guerra da Mata. Por falar nisso, Portugal acumula impressionantes 6 filmes na competição. O babado é certo. Já na competição brasileira, expectativa alta para os aclamados Quintal, de André Novais Oliveira e A Outra Margem, de Natália Tereza, além de enorme curiosidade com trabalhos novos de pessoas bastante queridas, como Biquini Paraíso, de Samuel Brasileiro, e De Terça Para Quarta, de Victor Costa Lopes -ambos cearenses, diga-se. É o cinema mais sexy do Brasil. No mais, como acontece todo ano, o charme da competitiva de curtas é não saber nada sobre os filmes e surpreender-se mais e mais a cada sessão.

Jackie Brown e Intriga Internacional
Por último e extramente importante vem a já tradicional seleção de Clássicos do Janela. Eu queria escrever muito sobre cada um destes filmes, mas vou deixar vocês com cenas dos títulos que mais me empolgaram nessa edição e esperar que elas façam efeito.




No mais,
Boa maratona, gatxs!

Para mais (e melhores) informações sobre o festival, acessem o site oficial:

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